sexta-feira, 26 de março de 2010


REFLEXÃO


De repente eu estava lá
Nua, de corpo e alma.
Tão transparente!
E me via inteira
Vi o meu interior
Viajei pelo meu avesso.

Mergulhei dentro de mim
Não me agradou o que vi
Sozinha, triste e perdida.
Vasculhei tudo
Eu não estava lá.

Sem saber para onde ir
Procurei o amor
Também lá não estava!
Não encontrei os amigos
Eu continuava só.
Procurei a paz
E encontrei a saudade de mim.

Vasculhei meu interior
Explorei minhas entranhas
Vi que aquilo não era eu
Era um vazio profundo
Que agora é só espanto.

Num gesto de fúria limpei tudo
Purifiquei com esmero
Rompi com o tempo, a boca antes amarga.
Agora tinha sabor de hortelã
Arranquei as raízes daninhas
Embriaguei-me de liberdade.

Voltei, e tudo agora é diferente.
Meu grito rompeu o horizonte
Ao som dos sinos cantei uma canção
Amanhã verei a face que ainda não sei
O passado será só um sonho
A liberdade é o meu presente.




Maria Flor da Terra

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