quarta-feira, 23 de junho de 2010


Primavera Materna



Chegou setembro
E minha roseira não floriu!
Nenhum botãosinho em nosso lar.
Chegou setembro
E não há primavera em meu quintal
Porque meu menino partiu.

Já é setembro
Esperarei a próxima estação
Quem sabe o pé de rosa floresça
Então eu sorrirei com meu menino.

Tens o colo, o peito, o leite mãe.
As quatro luas abitam em ti
Sente a pulsação...
Sente a respiração...
Embala o berço, as melhores lembranças.
Canta ciranda
Cantiga de ninar
Canta pra vida continuar
Canta, não pára de sonhar.
Canta, não pára de cantar.


Maria Flor da Terra, 2005.

domingo, 20 de junho de 2010


Amiga Lua

Ao por do sol, hora da Ave-Maria.
O sol se esconde acanhado.
Deixando espaço para as estrelas
Que entre nuvens bailam a valsa da noite,
Á espera da lua que não tarda.

E eis que ela surge majestosa e exuberante
Engravidada de sutis mistérios
Meu coração transborda paz ante a tanta beleza,
Sinto-me flutuar nos seus azuis
Fecho os olhos e vejo sua face nua.

Sob seu vigilante olhar, meditei.
Rezei uma prece em agradecimento a Deus
Por lhe fazer tão bela, e perguntei:
Que poder exerce você sobre mim?
Não me sinto só em noites de Lua-Cheia!

Quero-te Diamante lapidado todas as noites
Iluminando esse deserto de almas vivas
Despojada mostra tua face
Se despindo inteira e displicente
Juntas varamos madrugadas

Atuas em mim de forma doce e gentil
Seu majestoso brilho me conduz inteira
Encharcada de seu brilho intenso e mágico
Purificada das mazelas humanas já petrificadas
Abasteço-me de sua essência e humildade.

Amiga fiel desde a infância feliz
Conhece-me tanto que interferes muito
Em meu comportamento displicente
Mostrando que sou mesmo diferente
Tanto, que sempre estou só ao amanhecer!


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Maria flor da terra. Direitos reservados a autora.

sexta-feira, 4 de junho de 2010


Sono de Bambino



Chegou o sono eterno
Eu não estava preparada
Ainda não aprendi a viver sem você.
O que faço? Se o sono chegou!
O menino hoje dorme
Durma em paz
Que os anjos embalem seu sono.

Porque você dormiu tão cedo?
Nunca mais ir á escola
Nunca mais jogar bola
Nem aprender a dançar.

Mas sempre meu carinho
Meu abraço e meu amor
Continuo aqui, te amando e velando teu sono.
Em minhas orações te ensino
Amar, perdoar, cantar e sonhar.


Maria Flor da terra, 2005. (para meu filho Fábio)

quarta-feira, 2 de junho de 2010


Chuva


Gotas brilhantes de chuva incessante
A tilintar no solo antes fértil
De um chão hoje sem cio.
Já sem cheiro de terra molhada.
E sem flores na janela!

Enquanto cai a chuva lá fora
Aqui dentro grita um silencio solitário
Em papel em branco e lápis
Viaja meus pensamentos
Agora já não estou só
Não tenho medo, só receio.

Lava minha alma com tuas lagrimas
Purifica o coração da humanidade
Sacia a sede do sertão
Chuva que molha corações secos
Que faz transbordar os Rios.
-Eu queria ser chuva!

Caindo suave traz-me paz
Adormeço embalada ao som
Das gotas se fazendo poema
Que a brisa transforma em canção
Secando o rio de meus olhos
E acalentando meu coração de poeta.

Em qualquer dia de chuva
Eu abro a janela e pulo fora dessa louca vida
E acabo com esse chorar em vão
Já me desfiz das ilusões
O que importa!
Se meu hoje e amanhã são iguais?



Maria flor da Terra.