sexta-feira, 16 de abril de 2010

Desabafo



Nesta manhã de setembro
Quero saudar aos amigos.
O sol, a chuva, a música, a solidão...
Lembrar a infância distante,
Poeta não tem passado nem futuro
Vejo-me só e procuro meus fantasmas.

O que é o futuro? Se não um amanhã.
Na consciência de um passado já ultrapassado.
O tempo se vai e tudo segue,
Para um dia do qual não se sabe
Ou se finge não saber.
-Gosto de tomar banho de chuva!

Ah! Viverei mais esse dia sem entender,
Essa loucura acompanhada
Temerosa e pensativa lembro,
O carinho, o amor, a amizade...
Só vejo no espelho de minha alma
O meu nada interior.
.
Não quero meu lar, ele é vazio.
Só a saudade me acompanha
Não me olhe assim, só perdi meus sonhos.
Os seus agora são meus de direito
Na madrugada te procuro
E ouço tuas mentiras e verdades
E tenho insônia: Á caricia negra da solidão.



Maria Flor da Terra.

quarta-feira, 14 de abril de 2010


O COPO



No copo que me embriaguei tinha VINICIUS
Na lua da madrugada surgia ELIS
Na estrela da manhã brilhava DALVA
E em mim havia SAUDADE.

No mesmo copo, tinha dolentes violões.
E dedos hábeis em harmonia
Boêmios e cantos saudosos
Entre devaneios nos azuis da LUA
Entre risos e mais um copo.

No copo que me embriaguei
Juntou-se canção e solidão
Sonhos e boas lembranças
Na solidão da noite, tomei outro copo.
E cumprida á missão

Embriaguei-me de tempos idos
Vividos, sofridos, sentidos.
De sereno, alegria, nostalgia..
De música e POESIA...

Embriaguei-me de banho de chuva
De manga caída na praça
Lua cheia e céu estrelado
Brincadeiras da infância
De um tempo distante.

Embriaguei-me de tantas ausências
Erros, acertos e espera do que não veio.
De desespero e paciência
E busca em vão.

No copo que me embriaguei, tinha:
Loucura, aflição e segredos.
Alma invadida e pensamento ao vento
Havia na face uma lágrima
E uma dor só minha.


Maria flor da terra. (direitos reservados á autora)

sábado, 3 de abril de 2010

EU E A SOLIDÃO







Hoje.

Ela chegou de surpresa,

Calma e sorrateira

Entrou rápido no meu eu interior,

E me deixou um trapo

Como ha muito tempo eu não era.

A face feia da solidão é má,

Nossa luta que era impar,

Hojo sinto!

Estou jogando a toalha

Sinto-me sem forças,

Covarde e egoista

Senhora de minha dor.

Finjir não adianta,

Não posso me enganar

Por mais que tente.

Minha luta ferrenha

Se faz presente em mim

Mesmo acompanhada.

Meu passado ainda não passou,

O presente machuca,

É como viver estilhaçada sem existir.


Maria Flor da Terra.