terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Dezembro
De repente já é Dezembro!
Festa, família, presentes e encontros.
Ceia, em mesas fartas.
A fome.
E a degradante situação de muitos

Que fome é essa?
Não a vemos, ela é oculta.
E mata lentamente.
Está por traz de varias questões
Ela não é só de comida.

Olhares desprovidos de esperança
Esquecidos de si mesmos
Com sede de tudo
De educação, saúde, segurança...
E fome, fome de comida.

Filhos da lua, irmãos das estrelas.
Com frio ao relento
Completo abandono
Qual é teu futuro menino de rua?
O céu é teu teto, teu sono é sem sonhos.

Quero te dar colo, aquecer teu frio.
Devolver teus sonhos
Oferecer meu carinho
Curar tuas feridas
E trazer de volta teu sorriso.

Querido DEUS!
Fazei com que haja paz,
União entre os Homens
Crianças felizes e igualdade
Em fim, queremos a paz mundial.
Amém.
Maria Flor da Terra
(01-12-2010)

sábado, 7 de agosto de 2010


Quarta-Feira Cinzenta

Ele chegava sorrindo feliz
Era carnaval e festa
Ah! Meu pai boêmio
Pegava o violão, cantava canções.
Sua felicidade era tanta!
Era carnaval.

Ah! Meu pai sonhador.
Ainda guardo seu sorriso
Ao contemplar a lua, as estrelas...
E sua adoração pela chuva.
Foi no carnaval que você saiu
E só voltaria na quarta-feira de cinzas.
Você não voltou pai.
Você pai, era demais como tudo em você.

Era boêmio demais
Tocava violão demais
Gostava de carnaval demais
E amava demais.
Brincávamos demais num banho de chuva.
Lembro você dizer: - ser boêmio é ser feliz.
É verdade pai..

Você partiu com a chuva e as cinzas.
Como tinha de ser
Um grande temporal
Levou você de mim
Lavou seus pecados
E sua alma de poeta
-É pai! A vida passa.
A poesia fica.


Maria Flor da Terra.

Para meu pai (in memórian)

sábado, 10 de julho de 2010


Poe tinha Camarada


Hoje, quando dei “ Bom dia Tristeza”.
Fiz um “Apelo”
E ouvi a” Canção de Nós Dois”
Olhei” Alem do Tempo” e vi
“A Rosa Desfolhada”
Com a” Alma Perdida”
Senti-me” Gente Humilde”
Hoje ofereço” As Cores de Abril”
A quem” Amei Tanto”
Ao” Amor que Partiu”,
A” Balada da Flor da Terra”.
A” Canção do Amor Maior”,
Numa” Carta ao Tom”.
Querido Vinicius” Estamos Aí.”
Gostaria de te dizer que
Por aqui está
“Tudo na Mais Santa Paz,”
Mas...” Ouvi o Silencio”,.
É” Preciso Dizer Adeus.”


Minha singela homenagem aos 30 sem VINICIUS!

Maria Flor da Terra- 09-07-2010.

segunda-feira, 5 de julho de 2010


Meia Vida



Vida!
Não me distraia com seus truques,
Você me deve um sonho.
Em que caminho está minha vida?
Esbarrei com a solidão
Ela grudou em mim
Não me larga, não me deixa.
-Companhia horrível!

Não quero escrever poemas tristes
Quero dormir um mês
Acordar feliz e até sorrir
Tenho pureza na alma
E uma liberdade solitária.

Não consigo mudar
Mas se soubesses o quanto me é importante
Teu carinho, tua amizade.
Somos tantos que nenhum desencanto
Subtrai nossas horas
Nem o poeta mais louco
Quebra nosso encanto.


Maria Flor da Terra

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Insônia


Por que não dizer:
Sou aquela que passa noites em claro
A que brinca com a sorte
Não tem medo da morte
Já fui feliz, hoje calo quem sou.
A lua está linda lá fora
O dia ainda demora
A solidão da noite chora
Pétalas ao vento...
O apito do guarda noturno
Está raiando a aurora
E ele não vem.
O sono!


Maria Flor da Terra .

quarta-feira, 23 de junho de 2010


Primavera Materna



Chegou setembro
E minha roseira não floriu!
Nenhum botãosinho em nosso lar.
Chegou setembro
E não há primavera em meu quintal
Porque meu menino partiu.

Já é setembro
Esperarei a próxima estação
Quem sabe o pé de rosa floresça
Então eu sorrirei com meu menino.

Tens o colo, o peito, o leite mãe.
As quatro luas abitam em ti
Sente a pulsação...
Sente a respiração...
Embala o berço, as melhores lembranças.
Canta ciranda
Cantiga de ninar
Canta pra vida continuar
Canta, não pára de sonhar.
Canta, não pára de cantar.


Maria Flor da Terra, 2005.

domingo, 20 de junho de 2010


Amiga Lua

Ao por do sol, hora da Ave-Maria.
O sol se esconde acanhado.
Deixando espaço para as estrelas
Que entre nuvens bailam a valsa da noite,
Á espera da lua que não tarda.

E eis que ela surge majestosa e exuberante
Engravidada de sutis mistérios
Meu coração transborda paz ante a tanta beleza,
Sinto-me flutuar nos seus azuis
Fecho os olhos e vejo sua face nua.

Sob seu vigilante olhar, meditei.
Rezei uma prece em agradecimento a Deus
Por lhe fazer tão bela, e perguntei:
Que poder exerce você sobre mim?
Não me sinto só em noites de Lua-Cheia!

Quero-te Diamante lapidado todas as noites
Iluminando esse deserto de almas vivas
Despojada mostra tua face
Se despindo inteira e displicente
Juntas varamos madrugadas

Atuas em mim de forma doce e gentil
Seu majestoso brilho me conduz inteira
Encharcada de seu brilho intenso e mágico
Purificada das mazelas humanas já petrificadas
Abasteço-me de sua essência e humildade.

Amiga fiel desde a infância feliz
Conhece-me tanto que interferes muito
Em meu comportamento displicente
Mostrando que sou mesmo diferente
Tanto, que sempre estou só ao amanhecer!


.
Maria flor da terra. Direitos reservados a autora.

sexta-feira, 4 de junho de 2010


Sono de Bambino



Chegou o sono eterno
Eu não estava preparada
Ainda não aprendi a viver sem você.
O que faço? Se o sono chegou!
O menino hoje dorme
Durma em paz
Que os anjos embalem seu sono.

Porque você dormiu tão cedo?
Nunca mais ir á escola
Nunca mais jogar bola
Nem aprender a dançar.

Mas sempre meu carinho
Meu abraço e meu amor
Continuo aqui, te amando e velando teu sono.
Em minhas orações te ensino
Amar, perdoar, cantar e sonhar.


Maria Flor da terra, 2005. (para meu filho Fábio)

quarta-feira, 2 de junho de 2010


Chuva


Gotas brilhantes de chuva incessante
A tilintar no solo antes fértil
De um chão hoje sem cio.
Já sem cheiro de terra molhada.
E sem flores na janela!

Enquanto cai a chuva lá fora
Aqui dentro grita um silencio solitário
Em papel em branco e lápis
Viaja meus pensamentos
Agora já não estou só
Não tenho medo, só receio.

Lava minha alma com tuas lagrimas
Purifica o coração da humanidade
Sacia a sede do sertão
Chuva que molha corações secos
Que faz transbordar os Rios.
-Eu queria ser chuva!

Caindo suave traz-me paz
Adormeço embalada ao som
Das gotas se fazendo poema
Que a brisa transforma em canção
Secando o rio de meus olhos
E acalentando meu coração de poeta.

Em qualquer dia de chuva
Eu abro a janela e pulo fora dessa louca vida
E acabo com esse chorar em vão
Já me desfiz das ilusões
O que importa!
Se meu hoje e amanhã são iguais?



Maria flor da Terra.


domingo, 16 de maio de 2010


Bom Senso?


Meu bom senso perdeu o senso
Viajou e voltou tonto
Trouxe-me verdades malucas
Disse-me que poesia é:
Chuva caindo, criança dormindo
Flores se abrindo...

Sou demasiadamente louca
Tão louca, que:
Cruzei com a razão
E virei poeta.
Não quero nunca ser eterna
Nem ser gente grande, (são todos loucos)

Meu lado lúcido é tédio
O lado louco é nobre
Com ele viajo sem armaduras
Só na loucura sou normal
Os versos saem de minha alma
A loucura é a nobreza dos poetas.



Maria Flor da Terra.

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Mãe


Mãe, essa palavra já é um poema.
Um poema escrito por Deus
Numa bela manhã de primavera
Com aroma de rosas e a dor dos espinhos
Mãe é ser amor além da dor
É amor incontido.

A poesia está nos olhos de cada mãe
Seu amor rompe a barreira do tempo
Ah! Esse amor carismático
Sangrando a alma esconde tristeza
Traduz aflição em carinho mostrando um sorriso
E seu grito de dor se faz uma canção de ninar

Mãe conduz ao filho uma eterna esperança
Donde, também mora por lá.
Mãe, de todos os credos e raças.
Teu nome é Maria.
De todas as Graças, e todas as Dores.
De Amparo e de Consolação.

Meu Deus, eu te agradeço pelo bem maior.
A honra que me deste e me tomaste.
Hoje sou: filha sem Mãe e Mãe sem filho.
Mas tenho você, meu porto seguro.
Peço-te perdão pela minha dor e saudade.
E agradeço-te, pois também sou Maria.




Maria Flor da Terra

domingo, 2 de maio de 2010

REALIDADE




Realidade



Dia longo
Noite maior ainda
Nem sei o que é melhor
A tortura do dia
Ou a espera da noite

Fico esperando
Durante o dia
Uma espera em vão
Espero uma magia
Daquilo que nunca acontece

O dia passa
A noite chega
E com ela vem o que temo
Tenho medo de ficar só
É ridículo, porém verdade.

Amigos,
Vocês não entendem
Mas é isso que sinto
Talvez vocês nem percebam
Meus dias e minhas noites
Passam por mim.

Quando o sono não vem
Tenho companhia.
A insônia, essa é terrível.
Em sua grande tela
Passam filmes horríveis
Mas... Tenho que assisti-los

Falta de opção? Não.
É a realidade nua e crua
Nossa luta é brutal
Porém, sou sempre vencida.
Fazer o que?
Ainda estou viva.
Predestinada a viver assim.

Maria flor da terra

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Desabafo



Nesta manhã de setembro
Quero saudar aos amigos.
O sol, a chuva, a música, a solidão...
Lembrar a infância distante,
Poeta não tem passado nem futuro
Vejo-me só e procuro meus fantasmas.

O que é o futuro? Se não um amanhã.
Na consciência de um passado já ultrapassado.
O tempo se vai e tudo segue,
Para um dia do qual não se sabe
Ou se finge não saber.
-Gosto de tomar banho de chuva!

Ah! Viverei mais esse dia sem entender,
Essa loucura acompanhada
Temerosa e pensativa lembro,
O carinho, o amor, a amizade...
Só vejo no espelho de minha alma
O meu nada interior.
.
Não quero meu lar, ele é vazio.
Só a saudade me acompanha
Não me olhe assim, só perdi meus sonhos.
Os seus agora são meus de direito
Na madrugada te procuro
E ouço tuas mentiras e verdades
E tenho insônia: Á caricia negra da solidão.



Maria Flor da Terra.

quarta-feira, 14 de abril de 2010


O COPO



No copo que me embriaguei tinha VINICIUS
Na lua da madrugada surgia ELIS
Na estrela da manhã brilhava DALVA
E em mim havia SAUDADE.

No mesmo copo, tinha dolentes violões.
E dedos hábeis em harmonia
Boêmios e cantos saudosos
Entre devaneios nos azuis da LUA
Entre risos e mais um copo.

No copo que me embriaguei
Juntou-se canção e solidão
Sonhos e boas lembranças
Na solidão da noite, tomei outro copo.
E cumprida á missão

Embriaguei-me de tempos idos
Vividos, sofridos, sentidos.
De sereno, alegria, nostalgia..
De música e POESIA...

Embriaguei-me de banho de chuva
De manga caída na praça
Lua cheia e céu estrelado
Brincadeiras da infância
De um tempo distante.

Embriaguei-me de tantas ausências
Erros, acertos e espera do que não veio.
De desespero e paciência
E busca em vão.

No copo que me embriaguei, tinha:
Loucura, aflição e segredos.
Alma invadida e pensamento ao vento
Havia na face uma lágrima
E uma dor só minha.


Maria flor da terra. (direitos reservados á autora)

sábado, 3 de abril de 2010

EU E A SOLIDÃO







Hoje.

Ela chegou de surpresa,

Calma e sorrateira

Entrou rápido no meu eu interior,

E me deixou um trapo

Como ha muito tempo eu não era.

A face feia da solidão é má,

Nossa luta que era impar,

Hojo sinto!

Estou jogando a toalha

Sinto-me sem forças,

Covarde e egoista

Senhora de minha dor.

Finjir não adianta,

Não posso me enganar

Por mais que tente.

Minha luta ferrenha

Se faz presente em mim

Mesmo acompanhada.

Meu passado ainda não passou,

O presente machuca,

É como viver estilhaçada sem existir.


Maria Flor da Terra.



quarta-feira, 31 de março de 2010

DITADURA NUNCA MAIS

Eu só tinha 10 anos em 1964, e vivia na linha de fogo, Marabá.
Ainda não entendia bem porque nossa rotina mudaria tão de repente, como também não entendo até hoje porque os homens se agridem, se desconhecem e se matam! se somos todos iguais! Que herança ficou de tudo isso? Dor, sofrimento, tortura e morte de muitos companheiros que só queriam ser cidadãos livres.Ficaram também saudades dos que não voltaram, um imenso vazio e tantas dúvidas até hoje não esclarecidas. mas também o orgulho dos heróis companheiros que lutaram e morreram por liberdade, igualdade e justiça por um nobre ideal.

terça-feira, 30 de março de 2010

SONHOS E PRESSÁGIOS




Sonhos e Presságios


A minha dor,
Não dormiu a noite passada.
Cravou suas esporas subjetivas
Nas minhas entranhas secretas
Conferindo, mexendo e remexendo
O que eu nunca disse.

Olhei e vi além do aparente
Silêncio, tensões e conflito.
Sonhos que são presságios
Da gota que transborda o copo
Do que eu já temia
E não pude evitar.

A brecha da discórdia
Complexo desfolhado
Feia tatuagem na alma
Crua realidade
Em dolorosos verbos.
Em ti, nada mais me comove.


Maria Flor da Terra – 28.03.2010




segunda-feira, 29 de março de 2010

ATIRE A PRIMEIRA FLOR. (não conheço o autor)

Quando tudo for pedra... atire a primeira flor.
Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo.
Se tudo parecer escuro, se nada ser visto, acenda a primeira luz.
Traga para a treva você a primeira e pequena lâmpada.

Tenham todos uma abençoada semana santa.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Meu primeiro blog ( afinal, o primeiro blog a gente nunca esquece)

Hoje dia 26/03/2010, depois de muito resistir, resolvi me aventurar neste fantástico mundo dos blogs. A finalidade deste blog é puramente artística, aqui voces verão poesias de minha autoria, bem como de outros autores.
Entrem e fiquem a vontade!

REFLEXÃO


De repente eu estava lá
Nua, de corpo e alma.
Tão transparente!
E me via inteira
Vi o meu interior
Viajei pelo meu avesso.

Mergulhei dentro de mim
Não me agradou o que vi
Sozinha, triste e perdida.
Vasculhei tudo
Eu não estava lá.

Sem saber para onde ir
Procurei o amor
Também lá não estava!
Não encontrei os amigos
Eu continuava só.
Procurei a paz
E encontrei a saudade de mim.

Vasculhei meu interior
Explorei minhas entranhas
Vi que aquilo não era eu
Era um vazio profundo
Que agora é só espanto.

Num gesto de fúria limpei tudo
Purifiquei com esmero
Rompi com o tempo, a boca antes amarga.
Agora tinha sabor de hortelã
Arranquei as raízes daninhas
Embriaguei-me de liberdade.

Voltei, e tudo agora é diferente.
Meu grito rompeu o horizonte
Ao som dos sinos cantei uma canção
Amanhã verei a face que ainda não sei
O passado será só um sonho
A liberdade é o meu presente.




Maria Flor da Terra