Amiga Lua
Ao por do sol, hora da Ave-Maria.
O sol se esconde acanhado.
Deixando espaço para as estrelas
Que entre nuvens bailam a valsa da noite,
Á espera da lua que não tarda.
E eis que ela surge majestosa e exuberante
Engravidada de sutis mistérios
Meu coração transborda paz ante a tanta beleza,
Sinto-me flutuar nos seus azuis
Fecho os olhos e vejo sua face nua.
Sob seu vigilante olhar, meditei.
Rezei uma prece em agradecimento a Deus
Por lhe fazer tão bela, e perguntei:
Que poder exerce você sobre mim?
Não me sinto só em noites de Lua-Cheia!
Quero-te Diamante lapidado todas as noites
Iluminando esse deserto de almas vivas
Despojada mostra tua face
Se despindo inteira e displicente
Juntas varamos madrugadas
Atuas em mim de forma doce e gentil
Seu majestoso brilho me conduz inteira
Encharcada de seu brilho intenso e mágico
Purificada das mazelas humanas já petrificadas
Abasteço-me de sua essência e humildade.
Amiga fiel desde a infância feliz
Conhece-me tanto que interferes muito
Em meu comportamento displicente
Mostrando que sou mesmo diferente
Tanto, que sempre estou só ao amanhecer!
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Maria flor da terra. Direitos reservados a autora.